"Pois eu assim corro, não como a coisa incerta; assim combato, não como batendo no ar." ICor9:26

terça-feira, 14 de novembro de 2017

CRIANCICES E MELECA DE NARIZ

Imagem relacionada


Eu gosto demais dos textos de Rubem Alves
Me identifico muito com a forma com a qual ele via o mundo
Simples
Detalhadamente
E gosto muito da forma como ele expunha seus pensamentos
Aparentemente sem se preocupar com a opinião de críticos
Muitas vezes divagações completamente fora da esperada estética literária
Seja ela no assunto
Contexto
Ou forma
Sem definições
Com liberdade

E hoje inspirada no seu modelo
Decidi escrever com a liberdade de uma criança
Com a perspectiva do olhar infantil

Pensando na meleca do nariz.

Porque às vezes divagações tão tolas nos levam a pensamentos tão profundos

Pelo menos pra mim, é claro.
E talvez só pra mim, quem sabe!

Há alguns dias atrás me peguei pensando no sofrimento
Temos tanto medo de sofrer...
E o medo de sofrer nos impede de viver tantas coisas boas.
Os medos nos aprisionam.
E achamos que o sofrimento deve ser guardado lá no fundo da alma
Escondido no coração
Porque talvez o sofrimento não visto
Não é sentido...

Que grande ilusão.

Sofrimento tem que ter portas abertas
Pra ir embora
Nem que seja devagar

Sofrimento guardado e acumulado
Travestido de força
Fantasiado de "não estou ligando"
Apodrece e faz adoecer

Não fomos feitos para acumular sofrências
Elas acontecem
Existem
Chegam
Abalam
Bagunçam
Mas devem ir embora
Um dia...

Então não preciso ter medo de sofrer
Posso ter outro animalzinho
Caso o meu vá pro céu...
E amar de novo

Posso ter alguém pra amar
Sem medo de perder

Posso arriscar
Sem medo de me frustrar

Posso me lançar
Sem medo de me machucar

Porque se o sofrimento chegar
Devo abrir as portas
Sofrer
Transparecer
E depois dar adeus pra ele
E viver

E cadê a Meleca de Nariz?

Nesta semana 
Eu estava treinando 
E sofrendo tanto com meu nariz escorrendo por causa do vento frio.

Fungando
Fungando
Meu nariz ardendo
Minha cabeça doendo

Até que resolvi deixar a meleca sair
Limpei na manga da camiseta

Mas assoei
Limpei meu nariz
A meleca foi embora

E eu corri

Até o fim
Sem sofrer mais

Que criancice...

Comparar a meleca do nariz com o sofrer
Pensar que assoar o nariz é como abrir a porta e deixar sair o sofrimento

Pois é 
Eu sou livre
E Deus nos fez assim

Livres para aprender até com a meleca de nariz
Livres do medo

"Porque o verdadeiro amor lança fora todo o medo
  Porque o temor tem consigo a pena" I João 4:18  

Ele me ama










quinta-feira, 2 de novembro de 2017

NA MINHA PRAIA

Resultado de imagem para palavras


Não nasci pra falar demais
Não sou boa com palavras ditas
Faladas
Esta é uma verdade tão verdadeira que não sei e não consigo falar demais
Minha voz não dura
Ela acaba
Vai embora
Garganta inflamada
Cada vez que preciso falar um pouco mais
Não nasci pra falar muito
Mas nasci pra escrever muito
Não nasci para as palavras ditas
Nasci para as palavras escritas
As ditas somem no vento e no tempo
As escritas ficam pra sempre
As ditas podem acontecer no impulso
No calor da emoção
No fogo do momento
Sem pensar
Descontroladas
Podem ser setas que ferem
Ou o bálsamo que cura
As escritas são diferentes
Podem ser
Pensadas
Ponderadas
Refletidas
Pelo menos deveriam ser
Há chance pra isso
Podem ser apagadas e reescritas
(diferente do que se diz)
Palavras ditas são fugitivas
Escritas são eternas
Deus usou a palavra dita para criar todas as coisas
Mas, ainda bem que alguém as registrou
E as transformou em escritas
Dessa forma elas aqui continuam
Com poder 
Não sou boa com as palavras
Mas posso recolhê-las
E espalhá-las no papel
Caso eu precise falar demais
Acho que vou precisar de um megafone