A Distração do Quero- Quero

Ave da família dos caradriídeos, da espécie Vallenus chilensis, comum nos pastos da América do Sul.

Nesta manhã passei uma situação muito interessante.

A pista onde corro é ao redor de um campo de futebol, que é habitado por vários “quero-queros”, um passarinho bonitinho de pernas compridas e que vive em família, próximo ao seu ninho.

Notei logo nas primeiras voltas que havia um jovem Quero-quero no canto da pista, sentado no meio de uma mangueira verde enrolada, perto de uma torneira.

E mais distante, no campo, um casal de quero- queros, com uma atitude preocupada (como a gente sabe que um quero-quero tá preocupado?), os quais presumi que seriam os seus pais.

Logo que o jovem viu que eu me aproximava, se assustou e saiu correndo para junto de sua familia!

Mas qual não foi a minha surpresa quando ao me aproximar novamente da mangueira, vejo ao longe o meu amiguinho bem sentadinho ali no meio dela! De novo! Que coragem!

Mas novamente ele tem a mesma atitude de pânico !

Correu...

Isso se repetiu pelo menos umas 3 vezes; mas lá pela quarta volta, quando ele via que eu me aproximava, começou a andar e não mais a correr. Sabe, foi perdendo o medo de mim.

E daí por diante, ele ficava em pé no meio da mangueira, mas já nem saía mais dali.

E, por fim, nem se dava mais ao trabalho de se levantar. Ficava lá mesmo, acomodado, sentado, só me dava uma olhada, acho que para garantir!

Diferente dos seus pais, que o tempo todo estavam vigilantes e cuidadosos.

E aí me ocorreu como tantas vezes já fiz exatamente o que o quero-quero fez!

Quantas vezes me afastei do meu Pai Celestial, para estar em alguns lugares ou até mesmo em situações que por algum motivo atraíam a minha atenção; mas que eram perigosas demais para mim!

Situações que a minha carne desejava e que pareciam tão aconchegantes, tão confortáveis para a minha alma.

Eu não sei o que aquele pássaro viu de legal naquela mangueira verde enrolada. Mas para ele era tudo de bom, por que ele insistiu muito e se arriscou muito para estar ali! Afinal de contas, ele não sabia das minhas intenções para com ele!

Eu poderia capturá-lo e machucá-lo! Se eu quizesse!

A diferença, é que muitas vezes, corremos riscos, com um inimigo real, que não está só por acaso se aproximando de nós, mas que:

“... anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar.”

I Pe 5:8

Nas primeiras vezes que vemos ele se aproximando... corremos de volta para o Pai, com medo!

E depois também... até que um dia, a gente vai achando que está tudo bem dar uma fugidinha de Deus, porque nada parece dar errado!

Perdemos o medo!

Vamos deixando Satanás se aproximar demais de nós. Vamos nos acostumando com sua proximidade. Já que está tão legal fazer o que estou fazendo!

E até agora nada aconteceu mesmo!

E aí, um dia quando você está lá, sentado no meio da sua mangueira verde, no solzinho, no aconchego do seu pecado... Bem distraído com sua falsa segurança...

NHACT !!!

Ele te captura, te aprisiona em uma gaiola, te alimenta com o que ele quer, te faz enxergar o que ele quer, e pior de tudo: te leva para longe do seu Pai!

E aí?

Como será difícil e penoso conseguir a liberdade novamente.

Poder correr e voar, ciscar no seu farto campo, sentir as brisas da manhã e ter a maravilhosa e segura companhia do seu Papai!

Neste ponto só existe uma maneira de voltar a ser livre:

É alguém abrir a sua gaiola.

Só Jesus Cristo pode abrir a gaiola!

Mas cá entre nós. Será que não é melhor a gente ficar bem pertinho, sempre, do Pai?

Por que correr riscos?

Por que deixar o Diabo chegar tão perto?

Coisa de passarinho bobo mesmo!

Bendito seja o SENHOR, que não nos deu por presa aos seus dentes.

A nossa alma escapou, como um pássaro do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.

O nosso socorro está no nome do SENHOR, que fez o céu e a terra.

Salmo 124:6-8